Cerimônias
Equinócio de Primavera Aryanã - Florecer

Solstício e Equinócio
Solstício e equinócio são fenômenos astronômicos que marcam a posição do Sol em relação à Terra e, consequentemente, o início das estações do ano nos hemisférios.
EQUINÓCIO – O termo tem origem na junção dos termos latinos aequus (igual) e nox (noite) – o dia e a noite têm igual duração (exatamente 12 horas).
A Primavera inicia-se em setembro no Hemisfério Sul e em março no Hemisfério Norte.
| EQUINÓCIO |
Início | 22 ou 23 de setembro – (Ano Bissexto) Hemisfério Norte – 20 ou 21/03 – Primavera |
Posicionamento da Terra | O Sol incide seus raios diretamente na Linha do Equador |
Dias e Noites | Tem igual duração (12 horas) |
Dias alteram de acordo com anos Bissextos
Equinócio de Primavera
Conhecido como a estação das flores, dos aromas e das paixões no hemisfério sul enquanto é Outono no hemisfério Norte atingido por intempéries climáticas.
A América do Sul, possui uma variedade de cores e formas de flores – sendo associado como uma estação da alegria, calor e ternura.
Esta é a época de misturas de cheiros perfumados, ventos com polens pelo ar (época de muitas incidências respiratórias) e estímulos visuais no espetáculo de cores.
Momento que o Aryanã utiliza a estação da Primavera para reverenciar Pachamama.

RITO DE PACHAMAMA
PACHAMAMA entre os povos andinos representa a Mãe Terra, uma velha senhora que cuida dos seus filhos dando a abundancia que a vida humana merece para sobreviver.
Para os povos andinos, nada se faz sem a aprovação desta divindade e nada existe sem a sua permissão.
Entre os povos Andinos o dia 01 de agosto é denominado o “Pago de la Pachamama” ou DIA DE PACHAMAMA.
A cerimônia é uma Oferenda a Mãe Terra – PACHAMAMA – associada aos 4 pontos de virtudes Andinas, os quais foram entregues e confiados pelos abuelos (avós) andinos aos jovens iniciados para que eles montassem estes altares a fim de perpetuar a cosmovisão para a nova Sociedade Mundial. Os 4 pontos de sustentação são:
– A PURIFICAÇÃO
– A SENSIBILIZAÇÃO
– A CONEXÃO
– A LIBERTAÇÃO
Estes 4 pontos se correlacionam com os 4 elementos correlatos à existência e perpetuação da vida: Água, ar, terra, fogo.
A Cerimônia de Oferenda a Pachamama é toda pautada dentro de uma ideologia que se traduz pelo termo “Ayni”, que significa “Reciprocidade”. Assim como recebemos toda a pulsão vital de Pachamama também a ela alimentamos e servimos. A cosmovisão andina indígena não se restringe à compreensão da vida e da sabedoria entre os humanos, mas entre todos os seres da natureza. Por isso, a Oferenda é uma forma de retribuir aos “abuelos” ancestrais toda a benevolência com que nos nutre. Fazer uma oferenda é como dar um regalo a quem sempre nos regalou, é como pedir a Bênção e presentear, com devoção e amor, as montanhas, os rios, as plantas e os animais, que nos sustentam material e espiritualmente. Pois todos os seres que habitam o planeta são filhos de uma mesma família, de uma mesma Mãe Terra (Pachamama) e de um mesmo Pai Sol (Tayta Inti).
Portanto, a cerimônia é baseada no amor incondicional por toda a nossa consciência externa e interna para que, assim, possamos nos inteirar do todo ao qual pertencemos e da relação de “Ayni” (reciprocidade) que devemos manter com tudo que nos cerca e nos constitui.
Cerimônia de Oferenda Aryanã
Trazemos esta tradição para o Aryanã em nosso Equinócio de Primavera, honrando as nossas Montanhas (Apus) – em nossa região a Serra da Mantiqueira.
Nesta Cerimônia, nos reunimos para saudar com as oferendas compostas de comida cozida e enterradas próximo à oca (local de Cerimônias coletivas) ou árvore do Umbigo (onde fazemos os rituais de Batizados Aryanã).
Oferenda-se também tabaco, bebidas fermentadas ou destilados, doces caseiros para agradecer à Mãe Terra o processo da fabricação, além do tradicional k’intu que é uma oferenda formada por três folhas de coca (ou seis ou nove, ou mais, múltiplos de três).
A maior folha é dedicada aos Apus, espíritos da natureza protetores representados nas montanhas e picos andinos.
Os Apus (que em quéchua significa “Senhores”) são respeitados e invocados nos rituais. Entre os eles estão: Apu Salcantay, Apu Ausangate, Apu Willkamayu, Apu Sawasiray, Verônica, Putukusi, Machu Picchu, Huayna Picchu, entre outros.
A segunda folha, mediana, é dedicada à Pachamama.
E a terceira folha, de menor tamanho, representa a humanidade.
Os incas nos deixam três fundamentais ensinamentos, traduzidos nas palavras em quéchua: Munay: amor. Llankay: trabalho. Yachay: sabedoria. Que aprendamos com os rios, com as montanhas, com as árvores, com os animais. Que aprendamos a ver com os olhos da alma, nos comprometendo com o essencial. Que nossas vidas sejam repletas de abundância, reciprocidade, amor, trabalho e sabedoria.
