Cerimônias

Solstício de Inverno Aryanã - Recomeço

Solstício e Equinócio

Solstício e equinócio são fenômenos astronômicos que marcam a posição do Sol em relação à Terra e, consequentemente, o início das estações do ano nos hemisférios.

 

SOLSTÍCIO – A palavra solstício é de origem latina (sol + sistere) e significa “sol imóvel”.

Ocorre em dois momentos do ano, marcando o início do inverno (noite mais longas) e do início do verão (dia mais longos).

O Inverno tem início em junho no Hemisfério Sul e em dezembro no Hemisfério Norte.

 

 

SOLSTÍCIO

Início

20 ou 21 de JUNHO – (Ano Bissexto)

Hemisfério Norte – 20 ou 21/12 – Inverno

Posicionamento da Terra

O Sol estará mais distante de um dos hemisférios (Inverno) e mais próximo do outro (Verão).

Dias e Noites

No Inverno as noites são mais longas e no Verão os dias são mais longos.

Dias alteram de acordo com anos Bissextos

QUAL A IMPORTANCIA EM RITUALIZAR ESTA DATA?

Na cultura onde existe um xamã, o clã se reúne para o dia que a noite fica mais longa, dias frios virão e a Luz do Sol está mais distante, comidas estocadas devem ser compartilhadas e pedidos de regeneração, renovação e auto reflexão sejam conduzidos pelo Xamã no papel de líder espiritual.

O clã de pessoas com o objetivo de aquecer em torno de uma fogueira, ouvir palavras que nutrem a alma e alimentos quentes que aquece o corpo ritualizam esta noite.

Momento ideal para quem precisa sair do seu inverno interno, traçar metas, aquecer as esperanças, afastar das trevas com a luz do fogo e receber a revelação da introspecção.

Estar com um Xamã neste solstício é receber a benção e dar as bençãos de um novo momento após a hibernação e a latência da alma do buscador.

Natal no Hemisfério Norte – Xamã “Noel”

O Inverno no Brasil se refere ao frio máximo que acontece no hemisfério Norte, onde vimos o destaque do arquétipo Xamã – poderíamos dizer que é a estação xamânica.

Em regiões onde o Sol está mais distante, frios intensos, produção vegetal escassa, vida chegando ao limite suportável de resistência, encontramos o limiar para que a vida morra ou sobreviva.

Neste momento, destacamos o arquétipo e líder Xamã, que através da sua capacidade de intermediar os mundos, tributos de sabedoria e orientar seu Clã nos ritos de passagens, reverenciar o sagrado tendo esperança em ultrapassar os desafios do inverno (inferno).

No período que antecede a estiagem, o xamã nas regiões onde a neve anuncia o inverno, exige muito trabalho – lembrando o conto da Cigarra e a formiga.

Momento que a lenha de Pinus (nosso pinheiro de Natal) é armazenada para que não falte lenha para aquecer o corpo e o alimento – ganhando uma representação com um pequeno pinheiro ou galho no local sagrado em seus lares como vegetal que irá isolar o frio e gerador de calor.

Na madeira do pinheiro e fezes de animais desenvolve cogumelos vermelho que são usados para decorar o galho ou miniatura do Pinus (semelhantes as nossas bolas da árvore de Natal) nos abrigos de quem segue as orientações do Xamã.

Utilizam nas suas alimentações de inverno o que possui maior conservação natural e sementes de uma latência maior para germinar – frutas secas ou desidratadas, castanhas, nozes, carnes que passaram por processos de defumações ou conservadas em gordura animal (famosas carnes de lata).

Entre os animais comuns de criação e resistentes ao frio nestas regiões, encontramos as Renas, outro elemento que aparece no nosso conceito importado de Natal, já que não possuímos Renas, mas animais da mesma espécie no hemisfério Sul.

Não vamos esquecer que o nosso lendário Papai Noel voa em trenó puxado por Renas semelhante aos meios de transportes nestas regiões que também são assim – apenas não voam – mas será que não???

Para os Xamãs da Sibéria (de onde surge o termo Xamã), as Renas eram sagradas assim como a vaca na Índia e o Búfalo para os Índios Norte Americanos, pois fornecem a conexão com o Grande Espírito, fornece leite, carne, ossos para amuletos, cascos para instrumentos e a pele para aquecer.

Xamãs para atrair boas energias utiliza em seu cajado e suas roupas cascos de Renas e sinos anunciando sua chegada e espantando toda energia de morte ou doença.

Seu som ao chegar é muito parecido com sino do Papai Noel quando chega no seu destino e anuncia que está visitando as famílias.

No período de frio intenso para atender a todo clã e não serem atacados por animais famintos o código é bater o cajado na neve e fazer os sinos e unhas de Renas tocar, anunciando que presentes e alimentos estão chegando.

O Xamã quando a neve não impede a entrada, é convidado para saborear o que possui na casa e a partilha é feita de uma família que tem mais para uma família que tem menos – levado por ele geralmente em sacos que acomodam melhor em suas costas.

Quando a entrada é impedida pela quantidade de neve, a porta de comunicação são as chaminés que sempre aquecidas, anuncia a vida lá dentro – se necessário o Xamã desce por ela para atender as necessidades.

Muitas vezes nestas regiões os animais para se camuflar possui peles brancas e quando abatidos e servem de alimento, o Xamã retira sua pele e para aquecer no frio, coloca o pelo em contato com o seu corpo e a parte da pele ainda sangrando fica exposta como se o xamã usasse uma roupa vermelha com bordas de pelo branco.

Parece que estamos chegando à imagem conhecida…

O Xamã diante das crianças sempre tem uma música para cantar, um chocalho para brincar, uma surpresa que gera esperança e uma história para passar à fase do inverno – por isso era tão esperado pelos pequenos.

Mas e as Renas e trenós voadores?

A Amanita Muscaria é um Cogumelo vermelho com manchas brancas (contêm alucinógenos potentes em sua composição) que eram muito usados na alimentação das Renas e muitas vezes tomadas junto com bebidas quentes pelos Xamãs para suportar o frio, adquirir força e aumentar suas resistências físicas.

O cogumelo na alimentação das Renas e a urina que era bebida pelos animais, impregnava a carne do animal e quando abatida e consumida pelo Clã, despertava visões modificando e alterando o estado de consciência.

O Clã sobre o efeito da Amanita, tinham visões de Xamãs sobrevoando suas moradias com seus trenós conduzidos por Renas, trazendo presentes, alimentos e curas.

De acordo com estudos, este perfil é muito característico da região da Lapônia onde vamos ter referencias das roupas usadas pelo Papai Noel.

Creio que o “bom velhinho” passa a ser visto de uma outra forma depois desta história.

Afinal de Contas, você acredita em Xamã?

E em Papai Noel?

INICIO DO ANO CULTURAL ARYANÃ

Dentro do Calendário Cosmológico Aryanã, nossa mudança de ciclo acontece em 20 ou 21 de março (depende do ano bissexto ou não), período onde as águas das chuvas tornam -se sagradas e molham os grãos que estão na terra para os momentos mais férteis que virão.

Através de um cerimonial, festejamos agradecendo o ciclo que passou, refletimos sobre os grãos colhidos, preparamos cada grão de mudança, esperança e amor de forma festiva, valorizando a vida e a energia que será trabalhada até o próximo ciclo.

O “Ano Cultural Aryanã” procura transmitir um pouco das tradições nativas aos participantes, valorizando a integração de Culturas, através de apresentações artísticas, palestras, rituais nativos, integração com o público presente, pois no contexto de nossa história formamos a fusão de várias tradições.

A Cerimonia do ANO CULTURAL ARYANÃ acontece sempre no primeiro sábado após a entrada do signo de áries (20/03 ou 21/03) e apresenta uma programação própria sempre mantendo a tradição e orientação do Xamã Timberê Aryanã e a execução conta com doações, parcerias e patrocinadores.

TAMBORADA ARYANÂ

Este termo surgiu em 2004 quando um grupo de simpatizantes pelo xamanismo Aryanã se reuniu com seus instrumentos e para um lanche coletivo cerimonial.

Levamos textos, letras de músicas reflexivas, orações e entramos em uma conexão tão sagrada que no final da Tamborada Aryanã fomos anunciando por uma borboleta verde a chegada da minha filha.

Seguindo o ditado popular “Quem canta seus males espanta”, o encontro para cantos e encantos no Inverno intensifica momentos gostosos e felizes.

O Solstício de Inverno no Aryanã é o melhor momento para faremos uma Tamborada Aryanã com músicas e reflexões em torno de uma fogueira sagrada.

Oportunidade para RE UNIR, afinal o Inverno no Brasil nos convida a reunir amigos, comer, receber carinhos,

brincar, usar roupas de frio, fazer fogueira…

A TAMBORADA ARYANÂ tem este objetivo, iniciando com a sacralidade que a cerimônia exige (semelhante aos encontros Juninos e tradicionais), onde o Xamã inicia com seu grupo os ritos do Solstício de Inverno e finalizando com uma festa onde reunimos instrumentos de percussão, cordas e sopros acompanhados por cantos, palmas e comidas.

Na Tamborada Aryanã nos reunimos em torno de uma fogueira onde o calor nos une, a música nos alegra, as histórias nos trazem esperanças, a boa comida feita no mesmo fogo que nos aquece nos nutri o corpo e a alma.

Sentar próximo, compartilhar a coberta, poder usar poncho, chale, touca, cachecol faz a mistura de cor na noite fria inesquecível.

Realizamos em nosso mês o nosso Natal mais brasileiro e caipira, sem perder as tradições locais e Xamânicas Aryanã.

Próximo Evento: 21/06/2023

TAMBORADA DE INVERNO ARYANÃ

Realizado do pôr do Sol para Noite